domingo, 10 de novembro de 2013

Vírus Influenza A(H7N9)

O vírus A(H7N9) é uma das espécies de vírus do tipo Influenza aviário, que pertence à família dos ortomixovírus, cuja família apresenta 3 tipos, A, B e C.
Os vírus influenza do tipo A que infectam humanos costumam promover doenças de moderada a severa em todas as faixas etárias, sendo comuns os vírus H1N1 (causador da última pandemia conhecida equivocadamente como gripe suína), o H3N2, vírus que infecta pessoas em quase todo inverno e também já foi responsável por pandemias. No entanto existem alguns tipos de vírus Influenza do tipo A que não costumam infectar seres humanos pois suas características diferem dos demais mas vez por outra podem sofrer mutações e com isso surgem cepas adaptadas à multiplicação em seres humanos, principalmente no que se refere a temperatura corpórea e com isso geram epidemias e pandemias (quando uma epidemia é global).
Os vírus do tipo B também afetam humanos, principalmente crianças e idosos mas causam epidemias leves e dificilmente levam a complicações.
Já os vírus Influenza do tipo C sequer é epidêmico e nunca se teve notícia de complicações.

diagrama esquemático de um vírus Influenza
O vírus A(H7N9) é um vírus relativamente comum em aves, considerado até agora de baixa patogenicidade (não causa doenças graves nas aves) e não se tinha notícia de infecção humana até meados de março de 2013 quando apareceram os primeiros casos confirmados na China, que envolviam tratadores e criadores de aves em províncias agrícolas.
No entanto ao contrário do esperado, o número de casos aumentou e verificou-se que algo estava errado pois não é comum um vírus do tipo aviário passar a infectar pessoas sem sofrer algum tipo de mutação que facilite a transmissão entre humanos.
Os primeiros sequenciamentos não apresentaram grandes alterações genéticas, verificando-se que o vírus não havia desenvolvido a capacidade de transmissão sustentável entre seres humanos, mas tão somente algum tipo de adaptação para conseguir passar diretamente das aves para humanos, o que é raro pois normalmente os vírus aviários tendem a primeiro adaptar-se em algum outro tipo de mamífero como porcos, para posteriormente adaptar-se aos seres humanos.
Mas os casos não param de subir e verificou-se que o vírus está adaptando-se de forma muito rápida e começaram a aparecer os primeiros casos de transmissão entre familiares, ou seja, o vírus já consegue transmitir-se entre humanos quando estes vivem juntos ou seja, é uma transmissão limitada e ainda não sustentável, diferente dos vírus já totalmente adaptados, que transmitem-se facilmente pelo ar (em gotículas de espirros por exemplo) ou em superfícies infectadas por uma pessoa doente quando então uma outra pessoa toca o mesmo lugar e leva a mão à boca ou nariz, e o vírus rapidamente entra no organismo e começa a reproduzir-se.
A partir de então veio o alerta e as pesquisas intensificaram-se no sentido de entender o mecanismo de propagação desse “novo” vírus que passou a infectar seres humanos e aos poucos vê-se que ele adapta-se cada vez mais rápido, podendo causar uma nova pandemia de influenza.
O maior problema relativo ao vírus Influenza A(H7N9) é que diferente dos demais conhecidos causadores de pandemias, esse vírus nunca infectou seres humanos e com isso ninguém tem anticorpos que possam proteger, ou seja, o organismo humano não reconhece o vírus e com isso utiliza todo o potencial de anticorpos na tentativa de eliminar o invasor, o que “abre as portas” para infecções bacterianas principalmente pulmonares que “aproveitam” a situação precária do corpo fragilizado e causam pneumonias graves, muitas vezes impossíveis de se combater e com isso levando o infectado à morte.
Os problemas são muitos, as perguntas são diversas: Como o H7N9 conseguiu adaptar-se tão rapidamente ? De onde exatamente surgiu ? Como ocorre a transmissão entre humanos ? Qual o período de incubação ? Quantas pessoas são infectadas sem apresentar sintomas ?
Hoje (27/04/2013) sabe-se que ao contrário do que se divulgou anteriormente, o período de incubação do vírus A(H7N9) é de cerca de 10 dias, e não 7 como se pensava, o que altera totalmente o tipo de procedimento com relação a possíveis infectados, inclusive de observação das pessoas que tiveram contato com um doente.
Ainda em mesma data (27/04/2013) o índice de letalidade do vírus é absurdamente alto, em torno de 20% dos casos confirmados. No entanto numa eventual pandemia teremos milhões de infectados e esse índice deve cair muito, mas na situação atual é alarmante pois no caso de uma grande cidade com um milhão de infectados isso significa algo em torno de 200.000 mortos, sendo o mais perigoso vírus Influenza já visto na humanidade.
Atualmente (abril de 2013) não existe vacina contra o vírus A(H7N9) e o tratamento é o mesmo utilizado para outras cepas de Influenza pois felizmente o H7N9 aparentemente é sensível aos inibidores da neuraminidase como o medicamento aseltamivir (Tamiflu) e zanamivir. Mas esse tratamento deve iniciar-se em até 48 horas do início dos sintomas, caso contrário a pessoa pode não conseguir recuperar-se, o que leva a complicações sérias e difícil tratamento.
Diversos países já estão em alerta e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos emitiu o alerta de nível II, o segundo mais alto da escala, e monitora a situação.
Esta página será atualizada gradativamente sempre que novas informações surgirem e o site sempre trará notícias e novas informações sobre a evolução dos casos na China e possívelmente  no mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário